sábado, 7 de julho de 2012
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Tenho muito respeito pela fé. Admiro as pessoas que creem em
uma verdade. Afinal, toda religião pressupõe partilha, comunidade , pensar em
grupo, não é isso? Então a crença deveria ser um elo, não só com o sagrado, mas
com as outras pessoas. Admiro quem acredita em algo que o torne melhor. Se sua
religião fundamenta o seu caráter e isso te faz uma pessoa honesta e justa, eu
te admiro. Em contrapartida , me irrito profundamente com proselitismo vazio. Há
quem se diga cristão (ou judeu, islâmico, budista...) e está sempre pronto pra julgar. Tenho a impressão que
as pessoas estão cada vez mais intolerantes com religião, aparência ou
comportamento sexual diferente dos seus próprios. E impor um modelo de compoortamento, a meu ver, é uma forma de intolerância. Quem "escolheu esperar" tem o direito de fazê-lo assim como quem escolheu não esperar. Mais que isso,os que escolheram não falar sobre a vida sexual tem o direito de permanecer à margem da discussão. E aquele lance de amar o
próximo, só serve se o próximo tiver exatamente as
mesmas opiniões que você? Acho que alguém egoísta a ponto de se preocupar
apenas com a própria salvação não merece ser salvo. Se é que existe salvação. E
se não existe Deus ou juízo final, nem nada disso, ainda assim acho que se
preocupar com os outros vale a pena.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Aquele chapéu
Aquele chapéu desencadeia tanta coisa em mim. Mais que qualquer objeto,
ele tem a sua cara, ele é você. Num acordo velado nós o mantivemos lá, como um
signo maior da sua presença. Sua presença ocupa mais espaço que os móveis, as
roupas, os calçados, as panelas. Sua ausência enche a casa toda. E aquele
chapéu é você mais que tudo. Impossível olhar pra ele e não te enxergar , mão
na cintura, sempre sorrindo. Quando nos desfizemos de suas coisas o chapéu
ficou pra uma segunda leva. Nessa segunda leva, onde os objetos foram distribuídos
pros mais próximos, o chapéu ficou. Daríamos a um dos primos, poderia servir
pras pescarias. Um já tinha chapéu igual, no outro o tamanho não deu. E assim
ele foi ficando. Mesmo quando a maioria de seus objetos já
tinha ido embora, o chapéu continuou atrás da porta, como sempre esteve. Sem
combinar , arrumávamos jeito de deixá-lo conosco.Depois que mudamos pra casa
nova ele ganhou um lugar na despensa, em segundo plano mas sempre presente.
Nunca mais falamos sobre ele, sobre o destino que deveria tomar. É como se
existisse um pacto velado. O chapéu continua presente assim como você, mesmo sem
estar ao alcance da vista. Jogado meio de lado, como se você tivesse saído com
pressa e esquecido lá. E lá vai ficando. Mesmo nessa casa que você nunca morou,
não nos acostumamos a deixar de te esperar.
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Quanto dura uma certeza
Afinal, quanto tempo dura uma certeza? Se você não sabe se está
perdido ou não, quer dizer que já está perdido? Ás vezes me pergunto se
as pessoas realmente estão felizes com as opções que fizeram ou fingir é uma
forma de incutir felicidade às escolhas incertas. Então se você é frustrado no casamento, finge ser realizado. Se o emprego não é bem o que queria, tenta
mostrar ao mundo todas as vantagens dele. Se não ama tanto assim , fica garimpando na pessoa amada coisas boas na busca de amá-la mais. Mas ,
afinal, e se felicidade significa apenas adequar-se às situações? Então meu
erro é acreditar que felicidade e conformismo são coisas distintas.
sábado, 8 de outubro de 2011
Eu peco é na vontade
Toda essa confusão
se instalou por minha causa. Eu admito, a culpa é minha. Não se preocupe: eu
não sei exato quem é você mas também não
sei muito bem quem sou. Agora, e isso já tem um tempo, sou essa pessoa que fuma, tira o esmalte compulsivamente e ouve canções do Radiohead repetidas
vezes. "You just sit there wishing you could still make love", essa sou eu.
Fiquei enfurecida pelo sexo e pelo seu jeito carinhoso. Não sei se tive mais raiva quando foi
gentil ou depois, quando foi indiferente. Fiquei esperando você cumprir as
promessas que sequer tinha feito. Porque agora eu também sou assim: alguém tão perdido que enxerga em qualquer sinal de gentileza uma promessa de amor.
Você me deu
um orgasmo e confundi com uma epifania. Dar a mão não implica em levar a algum lugar. É que eu não tinha pra onde ir e
me deixei guiar por quem primeiro apareceu. Qualquer sentimento em que possa me apegar,
essa é a nova dinâmica. E no fim restam apenas os sentimentos que me consomem:
a raiva, a frustração e a desesperança. Tudo que eu queria era ter fé e amor,
mas tudo bem , sei que você não tem nada com isso.
Enxerguei
em você alguém devastado e veio o impulso estúpido em me atirar nas crises de
outra pessoa pra esquecer as minhas. Eu tinha essa visão idiota que da feiúra
seríamos capazes de construir algo bonito juntos . Porque não importa o quanto
eu sei não ser boa nisso, insisto sempre em querer tentar. E toda vez, no
fim, me pergunto se é a última vez que erro já sabendo que a resposta é
não.
sábado, 1 de outubro de 2011
quarta-feira, 28 de setembro de 2011
Lato sensu
Minhas especialidades :
· * Falar sobre coisas que as pessoas não estão
interessadas em ouvir
· * Mandar mensagens a destinatários trocados
· * Dedicar-me com afinco a atividades sem valor
prático ou financeiro
· * Tomar decisões erradas, de grande e pequena
proporção
· * Fazer homens bonitos darem risada. De mim.
· * Borrar o rímel, batom/alface no dente, derrubar
molho na roupa. Se há um homem interessante perto a probabilidade de acontecer
uma dessas coisas (ou várias) é substancialmente maior
· * Autodepreciação.
Assinar:
Postagens (Atom)